Comemoramos a abolição da
escravatura e não a ausência de escravidão, dias disso e
daquilo. Festejamos ganhos e choramos
perdas. Sentimos cada período e isso é certo.
Escravidão da etnia? Será que um grupo suas afinidades de idioma, cultura os tornam tão assustadores
que precisamos tirar sua força escravizando-os. Ou ainda talvez por compormos raças diferentes, lembrando que este é um conceito para categorizar diferentes
populações de uma mesma espécie biológica desde suas características físicas. É
comum o entendimento de várias raças,
nós compomos a raça humana uma classificação de ordem social. Embora com a
evolução começamos a dividir a população
que compõe nossa raça com valores e significados distintos. Os mais comuns
referem-se à cor da pele, tipo de
cabelo, ancestralidade, cultura, conformação facial e cranial genética entre
outros...
Então a escravidão é da
liberdade, hombridade, felicidade...
Quem são mesmo os prisioneiros aqueles que ficam ou ficaram em cativeiros de
seus corpos ou os miseráveis que necessitam prender a alma de alguém para se sentir libertos.
Quando disse
ficam... ...pensei... ... em enfatizar os outros tantos cárceres que nos
cercam... ... às dependências, os pré - conceitos, a
miséria de todas as formas, a fome entre
tantas as ausências, as ambições, os desamores, as desinformações, as
doenças...
Quais são então os tons da escravidão?
“Um dia uma moça pressionada
pelo sistema de sua época empunha uma pena e assina a lei que governa a vontade
“de “ todos”. Vontade essa que alardeia... acabará
a reclusão para prestar serviços
obrigatórios do africano nesta terra.
Façamos como em um conto de fadas todos os que até então não
tinham vontades ou existiam passam a “ser”. Mas ser o que mesmo? E aonde? Ela, a moça esqueceu de abolir o que seguiria a indiferença, o desemprego e as muitas dificuldades.
E os europeus que chegam nesta
terra também chegam assustados, esperançosos e de alguma forma expulsos pelos
seus conterrâneos. Não seria esta também
uma forma de escravidão. Menos brutal certamente, mas também uma exclusão.
Mas são essas imposições que
ocorreram neste país que o tornaram
absurdamente rico com vontade e
capacidade de crescer. Não contavam com o povo
resiliente que seria formado com
a farta mistura que aqui se formava. Os nativos e os que aqui chegaram por
imposição ou opção e o adotaram.
Hoje somos índios-africanos- imigrantes todos juntos abandonando os hábitos nada nobres da colônia e tentando adaptar a modernidade com os costumes que nos lembra não só uma cor, religião, nacionalidade, somos sim tudo isso, mas principalmente “o que queremos ser”.
Karem Medeiros
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