quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O baú das minhas memórias






           



                 A  primavera e o seu vento hoje balançaram o baú das minhas memórias e de lá voaram flores de minha vivência, folhas das minhas lembranças. Algumas folhagens secas e espinhos que fazem parte de um viver  com o perfume único de uma essência pessoal que só quem já passou por alguns ciclos  consegue exalar.  Neste  aroma misturam-se

meus tons  amadeirados de dias mais tensos e “pegados”  que compõem a solidez de sentimentos fortes e decisões assertivas.  Notas  cítricas que lembram a  linha tênue entre o estável e o  impossível e estimulando o novo, o diferente o recomeço, o indeciso.  Tenho ainda os cheiros adocicados das flores, meu lado romântico, que vê o bem acima de tudo, o amor como um sentimento a ser preservado e inúmeras vezes  incondicional  e a capacidade de perdão e de perdoar  que me habita, não como uma inocente, mas como humana  incapaz de se defender de todo os riscos, sabendo que também vou errar inúmeras vezes. 
            Um dia desses uma colega usou uma palavra para se referir a mim de forma carinhosa ONG (me fez pensar...).
           Pensando estava e percebi que o vento vai mexendo neste baú grande o bastante para capturar minha alma, vejo ainda as cores primaveris em cada um dos anos vividos às vezes vibrantes e reluzentes, às vezes contornam matizes discretos, outras se camuflam em tons terrosos e esverdeados.  Belíssima estação, assim como é bela a minha e qualquer existência.
        Dádivas divinas que nos permitem existir e sentir  a vida com seus botões florindo, suas folhas caindo, árvores perecendo e brotos a renascer...   
        Viver é um espetáculo diário com finais diferentes a cada anoitecer e perspectivas novas ao amanhecer. 
         

Respira! Sinta! Observa o movimento do vento, olhe “in box”, ainda cabe muito ai dentro preencha  naturalmente com seus  cheiros e cores, o mundo já está repleto de  releituras.
Karem Medeiros

Nono mês dá uma trégua

                Um passo e um dia de cada vez, celebrando tudo no meu entorno e dentro de mim, o que é simples. O que foi complicado deixaremos assim de lado, de canto como por encanto. Depois desses tantos  dias  e em meio a tantos 'invernos' que nos tiraram a força a fé, surge setembro! Orgânico, resistente em suas cores, florações e dinâmicas pura vida. Sempre há tempo para quem crê no justo, e no elo com o bem! 
              Nono mês, dá uma trégua e certa paz, faz feliz 'estas gentes' por aqui!
Por vezes o silêncio, o olhar atento, a reflexão são mais honestos e melhor contribuição que a minha opinião. Para amenizar e manter em casa os dias, todos eles, sempre tem gente, flores, refeições, espaço para asas e emoções, além de charlas e canções. Karem

Será?




          A linguagem oral é uma forma simples de comunicação...  Será?
          Ouvimos o que falamos? Temos noção das palavras proferidas?
          Nos meus escritos transito sempre pelo dia a dia, nos caminhos percorridos pelo meu cotidiano.  
          Talvez neste momento eu esteja escutando mais do que ouvindo...
           Quem sabe?
Mas o fato que me inquieta no momento é acreditar o quanto banalizamos o SER. Não me parece ser possível  que o que se tem  dito  como referência  aos outros , não esteja intimamente ligado ao que se tem medo de  admitir como característica pessoal.
          Ou que tais palavras não manifestem  um “barulho” interno. Assim sendo...
            Decidi  em um rompante que farei  uma campanha solitária contra os depreciativos  sempre que me for possível. É certo que este é um trabalho árduo, pois é tão mais fácil aniquilar do que construir.
            E começarei com as palavras proferidas como ofensas verbais, sempre que ouvi-las tentarei substituí-las em uma fala cordial por expressões altruístas e não chavões pejorativos.

            Talvez, só talvez, você esteja pensando, porque tudo isso? Qual a finalidade...
           São apenas xingos, desabafos que as pessoas fazem por indignação, formas de expressar  seus desencantos. São palavras ao vento. Ok! Compreendido.
             Mas o que busco é a gentileza.
             Que os ventos soprados nos tragam coerência entre o que é dito e o que é feito.
            Existem  tantas inovações, soluções mágicas para resolver qualquer situação. Criou-se um  falso senso de que pode-se tudo, até ser grosseiro, com a desculpa de que isso é ser sincero.
             Do latim sine cera (sem cera), límpido transparente.  Será? Proponho a liberdade de expressão sem aniquilação, com a propriedade de quem se diz sem ferir.
De quem fala a outro IGUAL, respeitando suas diferenças. É tão simples, fácil e possível.
Como  esquecemos, não sei.
           Mas cansei de conviver e ouvir tanta aspereza.
          Farei por aqui minha pequena revolução, meu poder de combate será a ponderação,            o bom senso, a esperança, a fé e a certeza de que é melhor fazer pouco do que não fazer nada.
E você junta-se ao meu front? 
Será?   
                         
Karem Medeiros
 

Outubro 15

      Esse será meu registro pelo dia 15 de outubro no Brasil, e pelos meus 33 anos de atuação. Resista, pense, leia e use isso para o bem!
Professorar é uma arte, profissão, missão e deveria ser respeitada como tal. 
      Só somos mestres depois do Mestrado, doutores depois do Doutorado. Com a  faculdade finalizada e quase sempre uma pós e muitos estágios somos nós ss que ouvem seu filho, quando não tens tempo ou paciencia.  Os que fazem várias tentativas com ele até dar certo.      (mesmo não sendo essa nossa função, não está bom refaz, olha não é assim, quem sabe desse jeito...) , os que ficam feliz com um olhar do jovem em treinamento em uma loja que aponta para colega nos mostrando e diz: -  ela é minha prof.
       Que o saber seja partilhado, doado, aprendido e ensinado... "Karem

DEVANEIOS


        Que dia este, a estrela mãe está incidente sem cuidado com sua força, o rei Sol. Tem  vento, estamos na primavera, a lua é minguante. Segundo os especialistas  Mecúrio  está em Escorpião. Normalmente sou bastante contemplativa, tô sempre me visitando e revisitando, idas e vindas quase que constantes para mim, estas viagens internas me resultam em boas observações e quase sempre consigo aparar uma ou outra aresta. 
        Outras só divago mesmo!
        Iung aborda os devaneios dizendo que estes trazem grandes verdades ocultas em nossas divagações. 
        Hum! Então são processos de revelação, talvez!  Portas, portais, passagens, escolha  a denominação que te encaixa, eu vou ficar com a primeira. E estas estão abertas. E delas é de onde pode vir tudo, absolutamente tudoooo, entende? O  bom e o ruim.  E esta dada a largada, para manter a sanidade, a gente que lute! Se você tiver coragem para olhar, seja como flerte ou a fundo essas ( suas) questões com ombriedade e amorosidade, deixando de lado os rancores, os desafetos  vivenciados nestes tempos. Usando todo o seu jogo de cintura, o conhecimento, a sagacidade a inteligência para transformar as descobertas reveladas sobre o mundo e sobre você será incrível.
Eu aprendi há muito que gosto da minha companhia, curto a minha solitude não vejo problema algum nela. Esse desespero para ser notado, ser necessário  (sem ser), projetando, retraindo, onde na maioria das vezes não vivemos, não fazemos a experiência. 
     Sempre algo ligado, barulhos, luzes, além de muitos afazeres.
     Dê-se tempo, ouça-te, investigue, olhar atento, sensível, aproveite o devaneio, curta o trajeto, descubra-se, cure-se, liberte-se!
     Ressignifique o conceber na sua imaginação, 
vai no seu tempo, degrau a degrau.
Karem Medeiros

2021 Novembro

         Estamos em novembro de 2021, andamos desde 2019  praticamente no automático. Ou ainda no modo sobrevivência. Em movimentos que  aliviam e intensificam inconstantes. Tentamos entender e explicar os acontecimentos internos e externos, mas  sabemos que a percepção vai depender de cada um e sua vibração  que pode estar no  modo isolado ou voltado para o todo. Olhamos o entorno e as faces mudaram os próximos estão mais distantes e os distantes mais próximos, os significados de quase tudo alteraram, a
utilidade é diferente. Trocamos horas de uma conversa vazia por três ou quatro palavras que nos façam pensar, chorar, rir ou sentir que a vida pulsa. Não podemos mais abraçar, beijar a todo instante, como 'bons' latinos que somos. Mas descobrimos formas novas de reconhecimento que não mais o toque tão natural a  nós por aqui. Deixamos então fluir nossos instintos, e permitimos o reconhecimento das almas, da energia, da sinergia e levamos em consideração esse despertar, ainda aprendendo e tentando encontrar uma nova maneira de entender os últimos anos.
Vamos nos redescobrindo neste jeito novo de contar os dias, ali na frente perceberemos se estamos melhores, iguais ou piores. Por enquanto sejamos gentis e justos!
Karem Medeiros