domingo, 12 de julho de 2015

Ao soar do sino





                        Os sinos da Igreja matriz soam próximo a minha casa, chamando para a missa, alguns chamados eu atendo outros não. Mantenho- me próxima,  sempre frequento as missas, mas também reservo uma distância salutar para não ser mais uma que troca o raciocínio e o discernimento e  entrega nas mãos do altíssimo seus erros. Sou católica de nascimento e devoção, devota de Nossa Senhora Aparecida e admiradora de Santa Catarina. Mas não me abrigo em minha fé para resguardar meus equívocos e justificar os meus caminhos nem sempre escolhidos da melhor forma. Mas a contento para minha humana condição. Tento demonstrar minha religiosidade nos dias vividos,  nas minhas práticas. Ser católica é opção, nasci em família católica, o que não me formatou, adulta e ao ter certeza  da escolha feita, estudei várias religiões, doutrinas, procurando conhecê-las,   entender suas origens, cunho social, respeito-as e muitas vezes me encanto por vários ensinamentos por elas difundido.
                          Toda a fé professada deveria ser pacífica, respeitosa e ter como única fonte de energia o BEM, as assinaturas religiosas trazem em seus signatários humanos! Mas são nos seus seguidores que começam as alterações. Muitas apresentam no decorrer da história  falsas doutrinas, opiniões errôneas, expressões voltadas a seus mestres sem ter sido proferida por eles.
Rogo a todos os líderes do amor na história da humanidade, em seus períodos  Sidarta Gautama, Buda (563 a.C. – 563 a.C.). Jesus cristo (0 – 33). Também chamado de Jesus de Nazaré, ele é a figura central do cristianismo. Maomé (570 – 632) foi, segundo os islâmicos, o último profeta do Deus de Abraão.  Mohandas Karamchand Gandhi (1869 – 1948). Conhecido como Mahatma Gandhi, o líder foi um dos idealizadores do Estado Indiano moderno e defensor do Satyagraha, princípio que pregava formas não-violentas (ahinsas) de protesto para fazer uma revolução na Índia. Paramahansa Yogananda (1893 – 1952) um  importante gurus na propagação da filosofia indiana no Ocidente.  Osho (1931 – 1990) líder indiano. Tenzin Gyatso, o Dalai Lama (1935 - ). Tibetano, é o atual líder budista (ocupa o 14º lugar na linhagem). Na esperança que a tolerância e o amor fraternal  torne-se nossa principal bandeira de fé. E que esta condição arraste multidões independente das vestes e dos  dogmas ou cunhos filosóficos e que principalmente o poder e a vaidade não se disfarce de RELIGIÃO para acumular riquezas e exércitos constituídos por fieis e volte ao princípio Re Ligar.
                        Tão verdadeiro,  simples e sincero é poder sentar em torno de uma conversa plural onde todos possam passar ensinamentos e o que lhes encanta ou entristece em suas crenças, e assim realmente ter consciência do que é ter poder de decisão e assertividade na escolha o que te dá liberdade e coerência na reflexão. Ao soar dos sinos meu pensamento se eleva em prece, que tenhamos bom senso. Amém! Namastê!        Karem Medeiros



 Galeria


Cristo
Buda


Maomé
Ghandi
Yogananda
Osho
Dalai Lama







sábado, 11 de julho de 2015

Cada personagem segue sua vida






Estão na moda as fotos em série, com filtro, edições que transferem para um mundo real o imaginário transfigurado  de perfeição. O que seria a perfeição? A perfeição pode ser transcrita pela aparência singular de quem está bem consigo e com o mundo no momento específico em que encontra a felicidade. Não necessariamente o bonito plástico sem imperfeições, mas a sua alegria de ser. E este momento pode durar tempos mesurados de formas diferentes: contagem de horas, de sorrisos ou de segundas, sextas ou sábados.
 E esses momentos inspiram roteiros de cinema. Nem sempre o que esta sendo exibido nos cinemas é o que gostaríamos de assistir, drama, ação, comédia, documentários, romances, suspense, comédia romântica e ficção.
Se as escolhas do que vai ficar em cartaz fosse sempre opcional acredito que escolheria aquela que conta a história de pessoas que se importam, que se buscam, que curtem ficar de mãos dadas, que fazem as coisas agradáveis e desagradáveis juntas, que trocam beijos e carinhos por gostarem de estar unidas. Que quando próximas à conversa flui e o tempo lhes é precioso, inigualável...
A individualidade tem de ser respeitada sempre, mas todo o egoísmo e narcisismo disfarçado de narração vazia, de desculpas perdidas em horas de descaso, ausências,  deixam  soltas as emoções.
Apostamos no roteiro, na direção, no caminho percorrido pelos atores, e queremos que tudo acabe bem, mas nem sempre os melhores filmes terminam com um final desejado. Aliás, muitos filmes excelentes não tem o fim perfeito, a narrativa sublime, cada personagem segue  com uma sensação de ter deixado algo para trás...  
E a vida segue.     

    
              Karem Medeiros

domingo, 5 de julho de 2015

As vozes são mansas e aveludadas, há proximidade







Um dia gélido, do jeitinho que eu gosto carregado de aconchego.

Os dias frios ornam nossas lembranças, nos fazem mais reflexivos, reclusos as casas, familiares, amigos íntimos, nos dão identidade.
Saboreamos lentamente as noites, os dias, as conversas são mais próximas, o olho enxerga o outro olho. As vozes são mansas e aveludadas, há proximidade. As pessoas em (re) união tecem vários conceitos sobre paradigmas, fatos do cotidiano e de cunho pessoal, ali na conversa valorosa que o frio acalenta e instiga.
 









A noite cai cedo e traz  a escuridão junto do minuano que varreu ruas durante o dia e agora entoa a canção que nina a gauchada, forte, como os valentes que resistiram a mais um dia de trabalho e retornam as casas de cabeça tesa cheios de valor para dar exemplo a gurizada. A guaiaca, bom...   Esta anda meio vazia, mas taura que é taura acredita na força do trabalho, na honra da conquista, no Pai Velho e que fazendo a sua parte os ventos vão mudar.
A cada amanhecer gelado aqui pelas bandas do sul revitalizamos nossa cultura e nossa receptividade, tendo sempre um alimento quente a oferecer que pode estar no braseiro, fogo de chão, fogão a lenha ou lareira, não importa. Aqui adaptamos braseiros para aquecer água para o chimarrão, colocamos pequenas grades nas lareiras e uma panela de ferro e logo sai algo para convidar quem chega. E assim revigorar as forças.
O importante é manter o calor externo e interno. O do corpo e do coração.
Karem Medeiros
E a cada estação fria eu revigoro minhas lembranças, de conversas preciosas em torno de pessoas valorosas que fazem parte da minha história e estás imagens me são mágicas. Espero a cada frio no sul ansiosamente, como a Bibiana Terra esperava seu Capitão Rodrigo, na obra de Veríssimo.  Karem Medeiros