Não, não é mesmo

O Agir, sim o modo como agimos, e escolhemos como ser e  o que fazer todos os dias é e sempre será escolha. A  fazemos todo o dia inevitávelmente! 

Pode até ser divertido, leve  talvez, dizer e pensar não faço nada, o que eu fiz, não escolhi, mas um gesto consciente ou não será responsável por vários efeitos no transcorrer dos dias e até anos. E nesse momento que entra o entendimento de se fazer do menor ao maior detalhe do dia, o justo, de forma que os efeitos de cada um dos nossos movimentos não sejam frios, interesseiros ou grosseiros. Algo que deveria ser natural e apenas fluir. Mas não é  tão simples, temos o entendimento de que precisamos levar em consideração o contexto e por isso fazer o exercício, praticar, praticar e ter um empenho maior todos os dias para que possamos acolher nossos momentos de vida e apenas ser. Não  estamos vislumbrando e esperando uma vida vazia onde só exaltamos a felicidade e alegria constante , acreditamos no aprendizado, e este  deveria deixar um legado, o do bem querer, do bem viver! É importante olhar para quem fala, ouvir o que é dito, buscar entender todos os pontos, concordar em discordar e manter o diálogo para ampliar e buscar o crescimento.

O auto conhecimento, o conhecimento do alto (além do mundo que nos cerca) serão básicos para o enfrentamento do ego que em gigante teimosia insistirá  que não é nada disso e devemos continuar como estamos, com cômodo.

 Aquela visão de que está tudo  perfeito! Que mais alguém poderia querer para sua vida, não é mesmo...

Não, não é mesmo!

Karem Medeiros 

Que...

"Que...

 a semana floresça após a semeadura e assim surja a flor;

a segunda desça como o chimarrão amargo, porém quente na medida, aconchegante como um abraço e com um final doce e a erva mate dando a cor;

os dias passem como  arte, com criação,  beleza, expressão, leveza e amor! Karem"

@artepopbrasil7 - o lindo quadro da imagem

Tempo fechado

   Todos nos passamos por aqueles dias, fases, momentos que nem com toda a capacidade de resiliência e doses excessivas de otimismo conseguimos que o sol interior brilhe. Ele fica lá encoberto pelas nuvens dos pensamentos , incertezas, fragilidades e todo o resto que nos deixam dentro de uma tempestade interna. 

Por aqui o tempo fechou de uma forma, que o dia virou noite  rapidadamente o céu foi iluminado por uma sequência de relâmpagos, ecoaram trovoadas e a chuva desceu com vontade, instantâneamente a cidade foi se aquietando, se protegendo, fugindo do aguaceiro e de tudo que ele remete. Nessa altura já não se sabe onde começa a tempestade externa e onde termina a interna ambas estão ocupando os espaços ao mesmo tempo. 

Assustador!

Sempre é... 

Mas com alguma dificuldade vamos abrindo lentamente uma clareira para que elas se encontrem, se olhem, se espelhem, talvez se compreendam, se fortaleçam, se curem, permitindo que os raios cortem, dizimem aquilo que não faz mais sentido, e que os trovões propaguem ou calem os sons que são significativos ou não cabem mais. Que as águas lavem e desaguem esse contingente retido de tantas luas e que os ventos e seus expressivos movimentos emanem novos presságios.

Me encanta o nosso corpo e o corpo de Gaya serem organismos diferentes e  complementares, irmanados, tão misteriosos e fascinantes  entrelaçados na complexidade do existir e da vida. Não há nada mais delicado que entender esse lado da inconstância e constância do existir, nascer, viver, aprender e fluir.

Ainda não temos o céu limpo, mas agora  temos a consciência de que o vendaval foi necessário. E embora assuste e provoque certos dissabores, apenas  aqueles que sensibilizados pelos novos conhecimentos   e pela tormenta entendem que é necessário instrospectar e  permitir-se  transformar! Amanhã  se chover, certamente será uma precipitação de águas mansas, "e se" o céu abrir terá um sol tímido, isso porque sempre que há uma possibilidade de renovar temos de fazê-lo com tempo, respeito e gentileza, não há flor sem semente ou botão...

Assim também é  em um novo ciclo, precisamos de novos passos, e uma vontade imensa de ser um SER melhor do que se  foi a doze meses... 

Só penso!

Karem Medeiros 

Riso entre lágrimas

Um dia de inverno em que o sol está brilhante, lindo, o vento tranquilo embala levemente folhas e galhos por onde caminho nesta manhã. Meu coração desde ontem sente ausência, saudades, daquilo que viveu , e talvez também daquilo que pensa não ter vivido, e principalmente daqueles que foram parte da minha vida e são ainda, só que em outra vibração. Na mente  as músicas, os cheiros, as expressões, os sorrisos,  alimentam essas recordações  que constituem  o meu viver. E assim vou passeando pelo viver saudosa, e tentando rastrear todo o caminho percorrido resgatando detalhes para acalmar toda a dor da ausência que está ali  quieta, mas presente, em cada amanhecer. 

Assim buscando sempre dar sentido a cada dia  e o tornando importante evoluímos  hora a hora com resiliência e ao anoitecer lembramos de quão especial foi ter tido esse tempo e agradeço. Cônscia da finitude de nossa temporada nessa dimensão e de que tudo assim o é. Deixo o riso entre lágrimas brotar em meu rosto porque assim me sinto feliz e triste. Agora percebo que ter esse tempo entre os "meus" e " "comigo" carece entender e saber que preciso mesmo é agradecer a oportunidade da convivência entre e com eles. 

Karem Medeiros 

Achei

Que saudade, procurei, olhei, cherei, li, rezei, cantei tentando encontrar e não achei. Interessante olhei para o espelho e também não estava ali. Não desisti continuei buscando sempre na certeza de encontrar, entre todos os lugares que olhei algo havia e porque o Divino dizia, segue está ali. E tão longa era a busca que parecia estar perto. Deserto. Até que entendi que o que eu olhava fora era belo, diferente e até assustador eventualmente. Mas olha só o susto que levei quando me deparei com o que me era dito, é dentro que está a minha gigantesca busca. Serenei, respirei e me vi. Encontrei! Karem Medeiros 

Além da Caprese

A semana está manhosa, com aquela garoa permanente, que vez ou outra da espirros maiores. E a configuração do céu no momento nos pede: devagar, faz quando possível olha o entorno, mas dá uma atenção para o seu interior físico, mental e espiritual. Cria um ambiente, onde você se acarinha, onde as memórias são criadas, curadas, liberadas ou registradas. Para quem me acompanha de alguma forma, sabe que sou apreciadora de sabores, cores, sons, aromas, letras e metáforas. Hoje trago camadas do simples que se torna complexo. Simples porque se você vê com os olhos da razão são ingredientes simples, frescos  e sempre de uma forma bem ampla de 'fácil' acesso. Mas que unidos em uma composição trazem a complexidade em textura, nuances e perfume que explodem a cada mordida, enchem os olhos com sua plástica e inundam o corpo de felicidade. Estou falando de uma salada Caprese servida em um pão de Fermentação Natural , com um empratamento cuidadoso ( capricho, não precisa ser louça de cristal ou cara, mas escolhida com cuidado). Assim é a vida, respeitar cada momento e apreciar o que se pode fazer 'melhor com o que parece menor', com a tranquilidade possível, saber

esperar o resultado depois de termos empenhado nosso tempo e atenção, tornam a vida com mais sentido e lucidez. 

Karem Medeiros 

Cena, vida real

  Escrever sobre algo que presenciei a uma certa distância, apenas assistindo, não era bem o que queria, mas como não 

 havia o que fazer já que tudo acontecia em público e de forma bem velada. É a minha forma de registrar e dizer que me importei. E que me impactou de forma violenta, talvez pela identificação, já que não estou ficando mais jovem. Vamos tentar descrever, estava em um lugar lindo, aconchegante e com o objetivo de alimentar o corpo e a alma, sentada com uma de minhas filhas, rodeada de mesas elegantemente distribuídas  e cadeiras igualmente bonitas e confortáveis, se aproxima um garçom alinhado e sorridente e nos entrega os cardápios, nos distraímos com os pedidos no entorno  nos cercavam algumas pessoas. Me atraí outra mesa com o que parecia, não posso afirmar, ser também mãe e filha. E fica claro pela oscilação da voz e movimentos corporais da que tinha bem menos tempo de vida que a comunicação não fluía, e não me parecia ser o objetivo da mesma, uma conversa fluída. Já a forma em que a outra personagem com mais caminhada terrena, não se manifestava, mostrava um nítido cansaço e sequer tentava argumentar, como se consentir fosse a forma de estar ali e expressar algo sem gritar, ferir... Só expressão silenciosa e cordata mesmo. Era para eu estar tranquila , feliz, mas me entristeci por ela, eram pessoas parecidas, tinham algum parentesco, vivência talvez, mas pareciam estrangeiras em um país novo, onde cada qual falava um  dialeto diferente.  Veio nossa comida, deliciosa, minha filha falava comigo , fizemos comentários a respeito dos pratos,  conversarmos, ela também reparou a situação não tinha como não reparar. Foi um momento agradável, mas menos feliz do que programamos, acabamos nos envolvendo naquele contexto como ouvintes e observadoras passivas.

Ao fim da nossa refeição agradecemos aos garçons e ao Chef,  querídissimos. Pagamos. Mas realmente fiquei pensando a idade nos traz a maturidade e experiência. Porém dependendo do teu grau de dependência seja ela permitida ou uma necessidade cria-se um espaço limitado onde não sabemos o quê e como fazer, estamos sempre nos desculpando por estar ali. Em uma cena da vida real que  acontece de formas variadas e não deixa de ser infeliz. Envelhecer é dádiva deve ser vista como tal,  não se deveria ser ou ficar constrangida(o/x) por viver por mais tempo!

Karem Medeiros

Em um dia simples e complexo

Quando pensamos em presentes do céu, bençãos, logo vem algo impossível ou quase em nossa cabeça. Certo?!

Pense de novo, você come todos os dias, várias vezes se for possível, sente o sabor, o aroma, a textura de cada alimento não é mesmo?! Sérias nutrido igualmente se não tivesse esse benefício. Andas por aí e vês as cores, as formas, as peculiaridades de cada objeto, construção, rua, comercio, natureza e do todo que te cercas... 

Porém verias da mesma forma se tudo fosse visto de um só tom, em preto e branco ou de tamanhos e formas uniformes. Todos os dias tens a benção de sentir, provar e ver coisas diferentes, iguais, formes, disformes, variada e abundantemente. Perceber onde está inserido e suas apresentações. Já agradeceste por isso. Tem magia, benção todo o dia é só tu te permitir. Quanta beleza no simples e complexo do dia! Karem Medeiros 

Rapel

           Era manhã de quarta, casa relativamente em ordem coloquei MPB para tocar, sou movida a música, e fui passar um café, enquanto o café passava coloquei roupa para lavar na máquina, voltei e enchi uma caneca e segui para a sacada cantarolando. Tenho o hábito de começar o dia agradecendo e mantrando olhando para as árvores e para o céu. Dei de frente com um moço, foram segundos estranhos meu corpo travou mas o cérebro seguiu processando, quinto andar, uniforme, rapel, trabalho...

             Em um sonido que não saberia agora identificar expressei: bom dia, tudo bem?

O moço suspenso responde: bom dia, tudo bem com a senhora?

            Mais ciente respondo, levei um susto. E ele por sua vez sorri e diz : não foi tão ruim tem gente que grita, briga, outros oferecem água, café. Pensei, ops, estou com uma caneca de café. Queres um café, água...

           Não, diz ele, obrigada, no rapel não bebemos ou comemos nada. Estou fazendo manutenção nas conexões dos canos externos do condomínio (certamente deveria ter um aviso em algum lugar que eu não vi). Aí conversamos por alguns minutos, me disse que a esposa e o filho também fazem o esporte. E que transformou um esporte, paixão, em profissão.  De pronto disse para ele que esse é hoje o principal desejo da humanidade, descobrir algo que sabe e gosta de fazer, monetizá-lo e poder auxiliar o seu entorno com uma atividade que a pessoa necessita e não executa.

          O universo é mesmo incrível nós trás mensagens lindas de formas inusitadas e reais, hoje a meditação foi diferente e inspiradora. 

Karem Medeiros 

Ilumina timidamente

                 O que você quer ser,  ou melhor é, que seja luz!

                 Nem sempre os que você abraça te abraçaram, ou os que protege, te protegeram, parece muito louco, mas é assim. Às vezes quem muito recebe não entende que não é e nem deve ser obrigação. É apenas doação do teu tempo, carinho e afeição. Por outras a gentileza vêm de lugares e pessoas inesperadas. Então não se demore em lugares ásperos, gelidos e escuros. Vá passando semeando e deixando fachos de luz, quem receber e multiplicar entendeu o sentido do viver. Quem reclamar, cobrar, desfizer, escolheu outra forma de perceber e vida e segue o caminho. Não é o mesmo caminhar e assim constituímos nossa essência não deixamos de ser, só não insistimos mais em lugares onde só há o murmúrio de algo e gente que se arrasta no mesmo lugar com pena de si. Seguimos arranhados, nem sempre felizes, às vezes adoecidos de tantos disparates mas com muita fé e esperança, nos colocamos em pé.  Vamos até onde  tivermos forças e nossa  capacidade de levar o bem e ser aquela vela que ilumina timidamente, ilumina!

Karem Medeiros

24 infinitas

             Final de mais um dia escaldante de janeiro no extremo sul das Américas, (um ou mais sol para cada um) as faces são cansadas, os sonhos guardados, e o corpo necessita descanso.  'Gentes' que desbravam cada hora, das 24 infinitas desse verão, essas por sua vez, às horas movimentam a economia mundial. Aos pedaços os bravos pequenos gigantes sobrevivem aos pontiagudos e  cortantes desafios que se apresentam como novidades, todox foram sendo transformados em fragmentos oitavados que brilham ao serem incentivados a mais um  esforço muito maior do que conseguem dar. Nada parecido ou comparado ao buscar ou perceber sua essência e apenas SER e receber e a luz...

     

   Ser capaz de entender sua natureza, criar e compartilhar seus saberes para que todos possam elevar sua existência é iluminação.

Karem Medeiros

Em um minuto

               Aqui olhando para estrelas, já é madrugada, poucos sons, em um núcleo urbano sempre há sons, mesmo quando a maioria já silenciou. Mas já perdi o contato com o pensamento de todo consciente, já deixei ela, a mente por conta divagar.  E vou encontrando - me ali dentro do quase silêncio, busco o que até a pouco estava quieto, retraído, um sentimento observador do outro. Vamos além olhar o que reflete, o que tem aí. O que tranquiliza e o que machuca.

               Em meio aos anos, vamos aprendendo a reconhecer as imagens e os múltiplos símbolos. Não é fácil carece tempo, paciência e exercitarmos nosso  olhar compreensivo interno, bem pessoal, se possível com alienação do todo, só a nossa companhia. É tão mais fácil olhar para fora incomodar-se com o externo.

Na maioria das vezes essas rusgas são questões encapsuladas que não olhamos não ouvimos dentro, mas ao abordá - las , o choque, a negação, o entendimento e a possibilidade de libertação de algo que não era contribuição, só mais poluição do ser. Isto em um minuto observando o céu e lá estava  EU.

Karem Medeiros