quinta-feira, 13 de abril de 2023

Rapel

           Era manhã de quarta, casa relativamente em ordem coloquei MPB para tocar, sou movida a música, e fui passar um café, enquanto o café passava coloquei roupa para lavar na máquina, voltei e enchi uma caneca e segui para a sacada cantarolando. Tenho o hábito de começar o dia agradecendo e mantrando olhando para as árvores e para o céu. Dei de frente com um moço, foram segundos estranhos meu corpo travou mas o cérebro seguiu processando, quinto andar, uniforme, rapel, trabalho...
             Em um sonido que não saberia agora identificar expressei: bom dia, tudo bem?
O moço suspenso responde: bom dia, tudo bem com a senhora?
            Mais ciente respondo, levei um susto. E ele por sua vez sorri e diz : não foi tão ruim tem gente que grita, briga, outros oferecem água, café. Pensei, ops, estou com uma caneca de café. Queres um café, água...
           Não, diz ele, obrigada, no rapel não bebemos ou comemos nada. Estou fazendo manutenção nas conexões dos canos externos do condomínio (certamente deveria ter um aviso em algum lugar que eu não vi). Aí conversamos por alguns minutos, me disse que a esposa e o filho também fazem o esporte. E que transformou um esporte, paixão, em profissão.  De pronto disse para ele que esse é hoje o principal desejo da humanidade, descobrir algo que sabe e gosta de fazer, monetizá-lo e poder auxiliar o seu entorno com uma atividade que a pessoa necessita e não executa.
          O universo é mesmo incrível nós trás mensagens lindas de formas inusitadas e reais, hoje a meditação foi diferente e inspiradora. 
Karem Medeiros 

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