terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tentando dar alguma significação para o momento busco o pensamento mítico










Hoje eu queria expressar minha imensa dificuldade em entender e ao mesmo tempo lamentar a mutação que vem sofrendo o comportamento nacional dilacerando falas diárias que trocaram substantivos, adjetivos, verbos e demais elementos gramaticais por palavrões. E  não são palavras grandes, são “chulas”.
Frases inteiras com vocabulário ofensivo do início ao fim, compõem conversas, músicas e o cotidiano.

Tentando dar alguma significação para o momento busco  o pensamento mítico.
Lá no teatro grego acompanhando  a lógica do concreto no sentido de não haver a ideia de representação em relação à vivência humana.
Desse modo,  o teatro grego expressava, sob a forma da criação artística, o viver humano em todas as suas dimensões: do amor ao ódio, do perdão à vingança.

Teatralmente seria até interessante, mas trocamos literalmente o tradicional e velho hábito de falar fluentemente e naturalmente a língua matri por reações verbais quase brutais. É  Cruel!
Quando pessoas ditas “cultas”, “eruditas”, fazem uso desse recurso maior é a tragédia é como se tirassem férias de seu papel “tradicional”. 
Como em cena se desfaz o personagem.


Sempre ao ver tal disparate penso: - Essas palavras expressam os sentimentos desse ser em relação a ele (a) e a vida e não a quem ele (a) dirige a fala.
É nesse aspecto da expressão da vivência em seu estado original que podemos relacionar teatro e Filosofia não somente na dimensão do belo, mas, antes, na preocupação com o Logos, isto é, com o processo significativo ou racional do Cosmos. Heráclito (500 a.C.), como um dos fundadores do pensamento filosófico, desenvolveu a ideia do homem acompanhar a racionalidade das coisas em sua totalidade.
Mesmo que racionalidade nem sempre seja a habilidade mais realçada ou refletida pela nossa espécie embora seja a que a distinga. 
Espero sinceramente que a sua totalidade de nossa espécie reaja a este “modismo”.
Será que diminuímos nossa capacidade de entender e representar a realidade e expressá-la por palavras? 
Ou estamos incorporando a nossa língua uma avalanche de expressões que codificam realmente o que somos?  
Realmente anseio que as interrogações sejam falsas e que este seja um fenômeno isolado e que não ganhe proporção maior.                                              Karem Medeiros



Com afetividade é tão mais simples! 
 Abraço até o próximo post. karem